domingo, 15 de maio de 2011

Banalidade e realidade?

Eu caminhei na manhã fria agarrada aos meus agasalhos, minhas mãos estavam tão contraídas que eu não senti os meus dedos quando os relaxei. Todos os dias nós fazemos a mesma coisa e buscamos algo que nem nós mesmos sabemos. Talvez seja uma família, talvez seja estabilidade financeira, talvez seja simplesmente porque o mundo nos olha e diz que temos que crescer nessa tal de vida. E a gente se preocupa tanto, às vezes perde o sono pensando que tem que crescer, quando o subconsciente queria mesmo partir para terra do nunca e viver como Peter Pan. Sem responsabilidades, sem preocupações, só viver. Mas a gente tem que se preocupar em arranjar emprego, se dar bem na faculdade e virar gente grande já virou uma chatice. Não sei quando as coisas viraram tão complicadas e tudo ficou tão sem graça, tão adulto. Não sei quando as pessoas resolveram serem tão repugnantes, frias e individualista. Porque parece que o mundo é sobre isso e como eu faço as coisas do jeito que eu quero e que se foda o resto do universo. Então eu vou jogar lixo na rua mesmo porque o lixeiro precisa de alguma coisa para fazer e se tiver enchente não é a minha casa que vai ficar alagada. As preocupações mudaram. O meu umbigo sujo é muito mais importante do que as pessoas passando fome. Aliás, eu não quero comer o resto da minha comida e minha mãe me enche o saco porque eu jogo no lixo e ela diz que tem gente passando fome. E aí é claro que é chato ser adulto e é claro que as pessoas continuam nojentas. E aí é claro que muita gente continua estúpida e a gente continua vendo foto de africanos esqueleticos. Porque tem muita gente preocupada demais em mostrar para os outros o que tem e do que vive. Quando não importa quem você é, mas importa como você abre os braços para abraçar o mundo.

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