sábado, 19 de junho de 2010

Parecia inofensivo

Existem sensações que nós só sentimos uma única vez. Existem saudades tão profundas que sentimos o momento novamente. Ele não está acontecendo, longe disso, mas a imensidão faz sentir a sensação novamente. E às vezes, eu me estranho por lembrar do cheiro de alguém na saudade. Ou por lembrar da minha emoção. Saudade é assim. Deixa a gente meio perdido. Eu sinto saudade de algo que eu tenho hoje, mas alguns momentos são tão bons que deveriam durar eternamente. Então, eu lembro. E queria viver tudo de novo. Tem coisa que domina a gente, que escorre no corpo, que dá inspiração para a alma. Me pega desprevenida e me coloca de cabeça para baixo. Me surpreende, sentimento que fica grande demais e a gente quase não consegue controlar. As coisas normalmente acontecem assim, querendo mudar a gente. Querendo enlouquecer. Quando o sentimento me devora eu fico diferente, perco um pouco os sentidos. Às vezes é bom, outras, eu preferia manter minha sanidade. Gosto de mostrar, eu gosto de demonstrar. Eu quero dar carinho e não quero esconder quando quero carinho. Talvez, assim, eu possa aproveitar ainda mais cada parte de uma emoção. E faça dela, ainda melhor. É bobagem deixar passar os momentos escondendo algo. Eu quero assumir o que eu desejo. E o meu desejo é ter carinho e dar carinho. É muito calor, mão na cintura, minha pele na sua. São os nossos lábios, as mordidas no queixo. É o calor do abraço. Eu queria viver assim, eu quero viver sendo amada e amando. E não vejo defeitos nisso. Sei, também, que não há como ser sempre assim. E eu vou querer não te amar, mesmo te amando. Vou querer te encher de beijos e te abraçar forte mas você terá feito algo e eu estarei de cara então deixarei para mais tarde. Fico pensando que esses momentos serão jogados no lixo, e talvez eu abra mão do meu orgulho e faça tudo mesmo. E te ame mesmo sem querer. É que o sentimento me devora e eu não sei me controlar. Ele é grande demais, e, por isso, me preenche e transborda.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Dentro dos padrões

A luta dos homens diz-se estar encerrada. Dizem que hoje, há paz. Dizem que hoje somos livres. Dizem, eles dizem, que nós temos os nossos direitos. Tantos dizeres, e tantas convicções falsas. Tantas mentiras atrás de mentiras. Nós somos todos mentirosos. Vivemos e convivemos com mentiras. Desde os tempos em que os portugueses chegaram nessa terra e fizeram dela, aquilo que eles desejavam. Hoje ainda existe tudo aquilo que existia nesses tempos. Ainda vejo preconceito, ainda vejo corrupção, ainda vejo a falsidade, a ganância e o egoísmo do ser humano. Nós estamos cercados disso. De muita hipocrisia. Há aqueles que ainda se orgulham, eu bato palmas. Principalmente para aqueles que ainda lutam. Nas ruas, a nossa nação, a sociedade que deveria ter o ideal de seguir aquilo que acredita. Eles não acreditam em nada. Eles não querem nada. Os protótipos e alienados de cada dia. A sociedade sem mente, sem sabedoria. Cada dia mais somos feitos seres não-pensantes. É assim que somos construídos. E ainda tem gente que tem orgulho. Também há escolha, outro caminho, um caminho mais longo e mais trabalhoso, feito para que nós possamos construir aquilo que ninguém quer: o pensamento. Enquanto o caminho mais fácil e mais fútil continua sendo o mais usufruído. Vocês são assim, minhas pobres almas vazias. Feito robôs, construídos apenas para fazer volume. Um instrumento que temos manual de instrução. Alienados. Ainda somos escravos, ainda somos penalizados por aquilo que falamos. Ainda temos, como principio, que o dinheiro é a nossa busca. Ainda somos meros corpos. Me frustra. Eu vejo que ninguém mais quer conhecer, só ter. Quero poder construir algo que a maioria não tem, quero ser aquilo que as pessoas hoje, já não pensam mais em ser. Eu quero saber. Aprender. Não preciso ser só corpo. Já diz um velho ditado "Dessa vida, não se leva nada". Os olhos um dia enchergarão, escutarão além da zona de conforto. Minha mente vai carregar aquilo que aprendi.



"Chega de viver só por viver,
Chega de pensar só por pensar..."

Ps: Lu, obrigada por ter ajudado!

terça-feira, 8 de junho de 2010

Uma Metamorfose

As horas levaram embora os momentos passados. O tempo já me levou tanta coisa, já me levou também e me trouxe de volta. Eu vi e revi os meus valores. Já fomos tantos, já criamos tanto nós mesmos e nos desfizemos. Parece que sempre tem mais alguma coisa ali que precisa ser feita novamente. Talvez, melhorada apenas. Ou completamente errada. Eu já tive uma cabeça diferente, já quis conquistar objetivos que hoje, me parecem engraçados. Mas com todos esses desejos eu senti meu corpo fortalecer. Me alimentar. Eu quero devorar todos os meus planos e ideais. Eu quero tanto lutar, sem pensar somente em vitória. Eu só quero lutar. Também quero dar a minha força para chegar até lá. Esse relógio vai andando e vai mudando. Deixando marcas. Não posso dizer que são momentos que simplesmente passaram. Eles marcaram. E nossas mentes tão aceleradas, nossos corpos, nosso rosto. Os nossos ideias. As nossas conversas. Tudo mudou. Vai continuar mudando e eu vou me cansando de toda essa mesmisse, toda essa coisa repetida. E é por isso que nós preferimos ser uma metamorfose. Para evoluir, nós vamos ter que mudar. Cada passo que eu der, desejo que seja para o meu melhor. E vou procurando sempre um equilíbrio. A minha busca interior não vai mudar, o meu espírito precisa de paz, precisa de tranquilidade. Busco a evolução nas minhas atitudes, para conseguir manter um equilíbrio. As minhas vontades vão mudar, as minhas pernas vão buscar novos caminhos, os meus hábitos vão pedir uma renovação. O meu ser vai querer sempre evoluir. O ambiente vai sempre mudar, e precisarei lidar com a mudança positiva. A alma, pede alimento. Pede inspiração.