quinta-feira, 23 de abril de 2009

Cartas de um amor qualquer

Olho para você tão seriamente, não sabendo de onde saiu todo esse meu espírito sério. Você ri de mim e eu acho lindo seu sorriso, nunca o havia notado antes. Você, de repente, ficou ainda mais bonito de perto. E eu nem reparava. Incrível, você passava, me abraçava, eu já gostava do seu cheiro, ia embora e eu não reparava. Até a sua ausência demorava para que eu reparasse. Eu queria que você me dissesse que passou o verão inteiro pensando em mim naquela cidade onde o tal do Judas perdeu as botas mas eu sei que você nem lembrou. Só quando me reencontrou e eu percebi que, nossa, até que eu estava com uma saudadezinha! Hoje prefiro ficar calada, quase ninguém nota o incrível medo que sinto de me apegar à alguém. E eu quase não escondo. São poucos aqueles que enxergam por traz das nossas máscaras cotidianas. E nem é de propósito. Nesses meios venho descobrindo que sinto vontade de te escrever e mostrar como me dou bem com as palavras, ou como gosto delas. Até quero escrever algo para você e como minha risada é mais gostosa acompanhada da sua e como eu gostaria que você fosse diferente de todos os homens e implorar, de novo, que não me decepcionem porque eu já não quero mais isso. Apesar do costume, eu quero tanto que você me surpreenda. Faz diferente, vai, você não vive lendo e idealizando aquelas pessoas que fizeram história e que para você são heróis? Pois bem, faça história na minha vida também. Por que eu estava simplesmente cansada daquela seriedade com a qual eu estava vivendo e me divirto muito mais com as suas risadas e suas bobeiras! Eu quero te falar que você tem me feito bem e apesar de não ocupar minha cabeça vinte quatro horas por dia eu gosto desse jeito. Eu não tenho me sentido pressionada e nem com obrigações e tem sido bom. Não que preocupações não batam a minha porta por que elas batem sempre. E quase me acostumo com elas porque é esse o meu jeito, eu coloco problemas aonde eles insistem em não existir. Mas eu os procuro. Exceto quando você caminha até mim e, putz, sorri de novo. E ma faz rir de novo e as preocupações todas vão embora e eu simplesmente não consigo pensar em mais nada. Você apagou tudo da minha cabeça. E é a primeira vez que eu não consigo mesmo prestar atenção no que os outros falam porque eu me perdi lembrando que você tinha dito alguma coisa importante. Não consigo prestar atenção em praticamente nada sem lembrar de você. Eu não imagino o que você esteja fazendo, e isso sai do meu normal. Eu gosto tanto desse jeito, quando não me sinto tão inteiramente e somente sua. Porque no fundo eu continuo livre para mim mesma, e tenho o meu espaço ainda, e isso me deixa até mais calma. Assim eu me sinto mais poderosa sobre você, mas é só que... você não sabe como eu quero que você faça história na minha vida! Jamais imaginaria isso, e até achei que você não tivesse tanta capacidade mas eu já não quero que você fique longe, eu simplesmente quero continuar rindo com você. Como eu já disse, a minha risada soa mais gostosa quando acompanhada da sua.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Das velhas linhas

Tudo virou passado, quase nem tanto tempo assim e já são linhas velhas e papéis surrados, desgastados. Só não tenho coragem de jogar no lixo, as palavras parecem ser tão velhas que estranho, nem faz tanto tempo assim. Parece tão distante, você se tornou um mundo onde eu não vivi, quase uma utopia. Sonho. Você nunca existiu, foi tudo sonho. Grande, longo, delicioso e horroroso sonho. Lá estava você um dia e no outro, quem é você? Eu tenho apagado minhas memórias propositalmente, talvez, ainda assim... as letras e linhas velhas continuam minhas e fazem completo sentido. Leio, releio, fico pensando e caramba, novamente eu acho que sou patética e horrível e chata e que todos os meus pápeis rabiscados são lixos que eu guardo na gaveta me achando muito escritora, achando que sou too cool e nada disso, tadinha, está achando que é alguma coisa e putz, você não é nada, garota! Acorda. E é incrível como estamos todos em confusões com nós mesmos ou sou só eu? Fico tentando me encaixar e me achar e quanto mais tento menos acho e menos me encaixo. Acho que sou fora do padrão, fora do padrão de moda e fora do padrão musical que vocês estão acostumados. Só mais uma adolescente louca que tenta se achar em algum lugar e encontrar um canto para sentar e tentar se apaixonar de novo e de novo e de novo. E aí... me acho patética novamente, por achar que vida sem amor não é vida e não há razão certa para pensar se não for para pensar em alguém. Não tenho medo de ficar sozinha, mas acho tão mais divertido ter alguém. Então leio minhas velhas linhas e lembro de tudo aquilo, parece tão velho, mas nem faz tanto tempo...

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Aonde vai dar essa dor?

Acordei assustada. Senti calor, respiração corria. Quis te ligar, te contar que eu andei sonhando coisas ruins e que eu estou com medo. Eu vivo com medo e você riria desse meu defeito. Você vai dizer que eu sou boba? Que eu não preciso ter medo? Eu estou com tanta saudade das suas palavras, da maneira como você falava comigo e como me acalmava. Torna as coisas fáceis de novo para mim. Eu estou sentindo sua falta. Eu sei que não posso, não posso voltar atrás com você. Tudo que passamos, eu não consigo lembrar. Não posso lembrar, vai doer demais. Mas eu quero ouvir sua voz quase todos os segundos do dia. Me acalma. Diz que não importa o que aconteça, você vai estar ali. Me dá a mão e não me deixa cair. Tira todas essas coisas ruins da minha cabeça, limpa minha alma e me faz dormir tranquila novamente. Estou tão cansada... tão cansada desses pesadelos que tornam minhas noites mais escuras. Me acalma, ri de mim. A sua mania de rir de mim tornava as coisas até mais fáceis. Trás tranquilidade para minha vida, você sempre soube como fazer isso. Aonde nós vamos parar? Eu quero arranjar um jeito de saber quando é que iremos poder acabar com tudo isso. Você está aguentando bem? Está doendo em você também? Eu fico hesitando em cair, eu quero tirar de mim essa maldita insegurança e eu sei, eu sei que se você me fizer rir, toda a dor, a angustia e a insegurança vão embora, e eu vou ficar em paz. Eu precisando de você... tenho precisado de você aqui, comigo.

"Eu me esforço para ser, mas você nem vai saber. Meu passado, eu sei, preferi guardar a dor só pra mim, por não ser tudo aquilo que você sonhou. Aqui dentro mora o frio, mas o sol vai trazer tudo o que eu preciso pra viver. Onde vai dar essa dor? Essa chuva que insiste em me ferir. Essa dor, essa luta que leva ao que resta pra longe de mim..."

sábado, 4 de abril de 2009

Romance de cinema

Eu vou descer do avião e encontrar a minha família. contando os minutos para ligar meu celular e ver se ele me mandou alguma mensagem ou me ligou, quero saber saber se ele está preocupado, tá querendo saber se eu já cheguei e se cheguei bem. Em um romance de cinema, eu desceria do avião e lá estaria ele, com um buquê de flores lindo e com um sorriso de matar. Me abraçaria tão forte a ponto de me esmagar e choramingaria na minha orelha que eu faço mais falta do que ele mesmo imaginou que faria. E o perfume dele estaria subindo pelo meu nariz e me deixando com vontade de arrancar a roupa dele e fazer amor assim que parássemos no carro. E ele me faria mil surpresas que confirmariam a falta que eu fiz. Mas aí eu ligo o celular e vejo que ele não mandou mensagem alguma e não ligou. E encontro minha família e ele... nada. Não apareceu por lá. É sábado a noite, ele ficou trabalhando. Eu fiquei esperando para que ele aparecesse e confirmasse se poderíamos ou não poderíamos nos ver. Em um romance de cinema, ao ver que eu sumi, ele viria até minha casa e diria que não conseguiu nem discar o meu número, ele precisava me ver. E precisava me abraçar. E passaria o resto da noite deitado no meu sofá brincando de me morder e me deixando ainda mais louca. Em romances de cinema, há sempre uma maneira de ele vir correndo me dar mais um beijo. Eu quero um romance de cinema. Eu quero não ter complicações para te ver, quero que o seu celular nunca esteja desligado e que você me atenda sempre. Que você pense em mim todos os minutos do dia e me deseje vinte quatro horas, sempre. Em romances de cinema a gente não vê o que não quer vê, não acha foto comprometedora e não fica sabendo de outras afim dele. Eu quero um romance de cinema, apesar de saber que se fosse assim, sem nenhuma complicação, até ficaria meio sem graça.